domingo, 27 de dezembro de 2009

José Mourinho: o Special Realist


Em entrevista ao Público, José Mourinho mostra-se igual a si mesmo e faz uma revelação que ilustra a sua relação difícil com a comunicação, desde a sua saída de Portugal e do FCPorto: "Dois anos no FCP habituaram-me mal...". Percebe-se bem porquê. Veja-se o pendor tendencioso, faccioso e diria mesmo amorfo da nossa comunicação social desportiva. Tudo gira em torno dos três grandes, cada um mina o seu satélite, seguram-se nos argumentos do avesso, e apenas se ficam pelo status quo e pelos argumentos de "tuta e meia".
No Porto, Mourinho tinha uma máquina de imprensa brutal, tinha Pinto da Costa sempre pronto a defender a corte... Em Inglaterra e em Itália não há complacências ou paninhos quentes... E ainda bem, a irreverência e frontalidade de Mourinho fazem dele o verdadeiro Special One.

Sinama-Pongolle no Sporting CP

 
"Espero ficar um ou dois anos no Sporting" 

Palavra de reforço que custou 6 milhões. No inicio de época não havia dinheiro, no Natal já gastaram 9 milhões. É com declarações destas que o Sporting vai descolar do meio da tabela...



terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Fernando Torres: "Despedir Benitez é um erro"


"El Niño" Torres, em declarações ao matutino inglês The Guardian, advoga que a demissão de Benítez não é a solução para a crise do Liverpool. Mais, para o espanhol, a solução para os reds de Anfield passa pela contratação de novos jogadores. Declarações curiosas do jogador, pois a verdade é que o Liverpool não só contratou cerca de meia centena de jogadores, nas últimas 5 épocas, como também foi batendo sucessivos recordes de transferências do clube, com o próprio Torres a encabeçar os valores astronómicos de transferências, tendo custado 20 milhões de libras.
Obviamente Torres têm razão, falta classe e qualidade ao Liverpool. Apenas Gerrard e Torres são jogadores de classe mundial ao nível do historial do Liverpool. Por outro lado, o Liverpool tem nas suas fileiras jogadores suficientes para fazer 2 plantéis (!), mas sem os skills para este histórico inglês. Benitez tem culpas no cartório pela sua gestão "danosa", contratou muito, muito caro, e sem ainda ter atingido a maior meta a que se propôs: ganhar a Premier League.
Um português talvez será a solução de futuro, para levar o Liverpool ao título inglês, à semelhança do feito nos rivais blues, de Londres.



P.S. Com a excepção da Liga dos Campeões de 2005, e a chega à final no ano seguinte, Benitez apenas conquistou uma FA Cup.

Bolatti num grande europeu? Não surpreende...


Contratado ao Belgrano, após um duelo empresarial ganho ao Deportivo, o FCPorto do eloquente Prof. Jesualdo Ferreira, face à escassa utilização do volante argentino, cedeu-o ao Huracan, no inicio da época argentina, que, juntamente com Javier Pastore (o ideal substituto de Lucho Gonzalez...), fez as delícias dos adeptos alvi-celetes no Torneio Clausura da época passada, e quase levou o clube ao título argentino. Face às convincentes e portentosas exibições, Maradona chamou-o à selecção, onde jogou, marcou e convenceu.
Hoje, fala-se da sua ida para clubes como Barcelona, Villareal, Palermo ou Lázio. Admirados? Não, de todo.
A tipologia do futebol argentino, e especificamente do Huracan, favorecem o futebol de Bolatti. A táctica dos dois volantes é um modelo frutífero no futebol sul americano. Contudo, esta ideia parece passar pela cabeça de um ilustre campeão mundial, um equipa que fez história ao ganhar tudo numa época: obviamente, o Barcelona de Guardiola. Curioso, no mínimo. Mas facilmente explicável, futebolísticamente. O Barça joga com um triângulo de meio campo, em que Yaya Touré perdeu espaço pela sua pouca amplitude atacante, em detrimento de Busquets. Ora, no Barça a melhor defesa é o ataque e a sua pressão constante e desmesuravel posse de bola. Bolatti, não sendo um 6 puro, mas também não sendo um 8, seria um bom tónico competitivo para Busquets, na altura que se fala da saída de Touré. É um box-to-box versátil, um cabeça de área, falando português do Brasil, que poderia dar a cobertura que Iniesta e Xavi precisam na construção criativa do ataque blaugrano.
No Porto, as suas qualidades não são apreciadas, pelo insistente modelo táctico do nosso erudito treinador. Bolatti teria, neste Porto, um papel bem mais preponderante do que têm Guarín ou Tomás Costa, ajudando Fernando a defender, apoiando e libertando Meireles para tarefas defensivas, e alternando com Bellushi em jogos de maior ou menor grau de dificuldade e vasculação ofensiva.
De qualquer das formas, Bolatti afigura-se o negócio mais insólito do inverno azul e branco, se se consumar a sua mudança para algum dos clubes de dimensão europeia (ou de outra galáxia, como o Barcelona).
Carrega Jesualdo! Longa vida à gestão desportiva do staff técnico portista!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Clássico Benfica-Porto: relatos do futuro de Jesualdo Ferreira


Caro Jesualdo Ferreira (futuro ex-treinador do FCP):

Escrevo-lhe em formato epistolar, numa carta aberta a todos os portistas, e a todos os adeptos de bom futebol.
Confesso que hoje vi jogar um dos piores Portos dos últimos 5 anos futebolísticos, apenas a derrota no Emirates Stadium me salta da retina como a mais clamorosa derrota táctica, técnica e futebolística dos últimos anos da saga azul e branca. Curiosamente ou não, foi sob a sua batuta que o Porto sucumbiu às mãos dos gunners.
Voltando à (preocupante) realidade, gostava, em primeiro lugar, saber onde esteve o FCPorto nos primeiros 45min do jogo da Luz? Mais... Aquele individuo, Silvestre Varela quiçá o jogador mais eficaz na Liga, em termo de golos, contratação portuguesa, a custo zero, e que tem vindo a "galvanizar" a equipa a cada exibição que pontifica ao serviço do Porto? Esteve ele no banco da Luz porquê? Pelo golo do Hulk em Madrid? Pela produtividade quase nula de Rodriguez nos últimos jogos?
Mais questões curiosas, o seu discurso surtiu algum efeito (ou efeito Varela) ao intervalo, que curiosamente coincidiu com a saída de Guarín. Ok, eu apostei em Guarín para jogar em Stamford Bridge, porque lidar com matulões como Ballack, Lampard ou Essien, seria uma tarefa inglória para Belluschi... Mas porquê hoje no onze inicial? Contentava-lhe o empate? Perder por poucos? Travar o caudal ofensivo do Benfica?
Tenho a ditar-lhe uma conclusão, que tão erudita e estupidamente não retirou deste jogo, aquando das declarações no flash interview após o jogo, o Porto fez um jogo horrível, tacticamente. As substituições de Hulk por Farías, e de Meireles por Bellucshi aos 79min foram o culminar da certeza de uma premissa cada vez mais presente de todos os portistas: a sua incompetência como treinador.
Em Madrid, todos disseram que o Porto fez uma demonstração de força e classe à Europa. Eu discordei categoricamente, porquê, pergunta-se? Eu faço o favor de explicar. O Porto poderia ter ganho por números ainda mais históricos e expressivos, mas aos 70min de jogo o senhor (porque para professor a sua didáctica sempre foi questionável) desistia do ataque e deu ao Atlético a permissão de se esticar no terreno e procurar o tento de honra.
É lamentável a sua falta de ambição, o seu discurso conformista e pouco audaz, nada condizente com a nossa realidade e conquistas. Este Porto, como já referi, é um Porto de serviços mínimos, que pouco satisfaz um fervoroso adepto habituado a um Porto com espírito lutador e de garra, bem à imagem do povo da Invicta. Não defraude mais as expectativas. Se fosse a si, o meu lugar estaria à disposição depois deste paupérrimo jogo na Luz. Siga o conselho de Bento, que advogou ter estado no Sporting meses a mais, e evite estar já há mais de um ano a regredir uma equipa que merece mais do que um treinador medíocre e medroso.

Liga dos Campeões: Special One(s)



AC Milan vs Man Utd


Internazionale vs Chelsea FC


Grandes duelos em perspectiva.
O regresso do Il Speciale, ao burgo londrino de Chelsea, que o venerou como o Special One. Mas também o reencontro com Ancelotti reavivará acesos duelos antigos, em terras transalpinas, com polémica, insultos e sarcasmo q.b., à boa moda de Mourinho.
Becks defronta o clube e o treinador que o lançou para o futebol.... e para as capas das revistas cor-de-rosa. Com Fergunson a apor-se a Leonardo, que catapultou o Milan para a corrida do scudetto, e entra na rota dos candidatos à liga dos milhões.

Falta tanto para Fevereiro, não falta?

Sporting vence a Naval, a desesperar pelo Pai Natal Bettencourt...



As lendas e "estórias" do Pai Natal fazem, nesta altura do ano mais do que qualquer outra, sonhar qualquer criança com aquele presente tão desejado. Este ano o Natal é a altura mais desejada pelos adeptos leoninos, e em particular pelo senhor da imagem. Pois é, Carvalhal não faz milagres, Carvalhal não é o Harry Potter para fazer esquecer princípios tão enraizados, negativamente, do período "Bento", referente à história leonina recente. É um actor a prazo, mas com uma esperança ténue no futuro: a abertura do mercado de Janeiro.
Rezam as crónicas recentes, e as exibições corroboram, que o Sporting precisa de laterais, e alguém que abra o jogo para as faixas laterais. Mais ainda de alguém que faça mexer o ataque, que defina o último passe, que crie soluções nas jogadas e com poder de fogo.
Liga Sagres, última jornada de 2009. Saleiro resolveu a questão, num jogo onde a equipa de Alvalade apenas mostrou evidentes melhorias, em relação às derrotas com Hertha de Berlim e União de Leiria, na 2a metade do encontro. A entrada de Postiga, fazendo dupla com Liedson, trouxe dores de cabeça aos comandados de Inácio, criando oportunidades suficientes para conseguir uma vitória com outros números.
O fecho do ano mais negro do Sporting não apaga a miserável campanha, Carvalhal tem muito trabalho pela frente. A ida a Goodison Park para jogar com o Everton pode ser um ponto decisivo da época, a tábua de salvação de um leão atordoado na Liga, mas com uma réstia de esperança na Liga Europa.
"Há dinheiro para gastar em Janeiro", disse recentemente Bettencourt. Pedro Silva, André Marques, Abel e Caicedo, são as antíteses daquilo que o Sporting precisa para regressar à normalidade.



P.S. Após um período de interregno, o Midnight Telegraph volta com as suas crónicas, muito pouco ortodoxas e nunca politicamente corretas, mas com o seu cunho pessoal de sempre.