segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O post mais inútil da história do Telegraph

Sinto-me desencorajado, de antemão, antes mesmo de começar a escrever sobre o tópico que se segue. Porque sinto que, quem me ler, ou já concorda comigo, ou tem uma visão e um entendimento do mundo de tal forma diferentes dos meus que o diálogo se torna impossível. Em qualquer dos casos, o post é, como refiro no título, totalmente inútil.
O caso é que foi lançado no mercado, há já imenso tempo, embora eu só recentemente tenha ouvido uma descrição do artigo e do seu modo de funcionamento, um jogo chamado "Guitar-Hero". Provavelmente, o leitor já conhecerá o jogo, mas, para quem for, como eu, marcado por um signo de anacronismos trágicos, farei uma descrição breve do jogo, ou, aliás, da série de jogos. Há um controlador em forma de guitarra, com alguns botões coloridos, e uma série de cores que o jogador vê desfilarem em frente aos olhos enquanto uma música progride. O objectivo é pressionar os botões de forma a coincidirem com as cores apresentadas, simulando assim a execução da música. Se houver alguma destreza no manejamento dos botões, acumulam-se pontos e uma platéia virtual mantém-se entusiasmada. Parece-me escusada qualquer explicação das razões pelas quais isto me parece tão estúpido. Qualquer pessoa que não entenda porque motivo este jogo é uma imbecilidade, e tenha realmente necessidade que lhes sejam apresentados argumentos detalhados, poderá enviar um comentário, e eu terei todo o gosto em dar-lhe pessoalmente com um tijolo na cabeça. No entanto, por outro lado, as evidências do mundo põem-se contra as evidências da minha lógica, porque o jogo tem, efectivamente, um sucesso enorme. Então, se calhar, é melhor não pecar por arrogância, e admitir que talvez seja eu que estou louco.
Mas a ùnica coisa, que me lembre, que encontro semelhante, são aqueles jogos de computador para crianças, em que o objectivo é pintar a àrvore de verde, sendo para isso necessário seleccionar, com o ponteiro do rato, a cor verde. Julgo haver uma diferença subtil, que é existir nestes jogos para crianças uma correspondência entre as cores que seleccionam e as cores que vão ver pintadas, assim como entre estas e a côr das àrvores verdadeiras. Ou seja, há uma certa aprendizagem elementar sobre as cores, sobre a maneira como estas podem ser usadas para criar uma imagem, e sobre a relação entre as cores e o mundo real, enquanto no "Guitar-Hero" os botões não correspondem a notas, ou acordes, ou nada que se pareça, sendo usados aleatoriamente segundo convenções sem sentido. Uma outra diferença, também subtil, é este outro tipo de jogos que referi ser feito para um público alvo que gosta do Noddy. Não escreverei sobre nenhuma questão associada mais profunda ou filosófica, sobre a natureza da música e das artes, ou sobre o quão patético é haver uma necessidade geral tão grande de fazer de conta que se faz parte do mundo das estrelas do rock, porque poderia tornar-me excessivamente dramático. Como principiei por dizer, este post é, com certeza, completamente inútil. Quem gosta do jogo, sem dúvida que não deixará de jogar por minha causa. É só um daqueles gritos que eu precisava de gritar para algum lado. Se pudesse ter à minha frente o criador do jogo, atado e amordaçado, berrava-lhe aos ouvidos até lhe rebentarem os tímpanos e estourava-lhe os testiculos com uma bomba de carnaval. Como não posso, são vocês que me aturam.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Rooney e os últimos anos de Ferguson


Amado por muitos e odiado por muitos mais ainda, Alex Fergunson foi premiado com o galardão de melhor treinador das últimas duas décadas, pela IFFHS. Jogadores como Mark Hughes, "Le Roi" Cantona, Scholes, Giggs, Keane, Beckham, Gary Neville, Peter Schmeichel e, mais recentemente, a dupla Ronaldo e Rooney, têm trilhado o sucesso de um treinador que se impôs no futebol inglês e mundial, desde a década de oitenta.
Verdade seja dita, um jogador não faz um clube, mas há jogadores especiais que carregam o clube às costas. O segredo do escocês têm sido saber escolher, sucessivamente, com minúcia as artérias coronárias das suas equipas. Rooney representa o produto acabado da minha "tese". Após a saída de Cristiano Ronaldo, muitos pensaram que o United choraria baba e ranho pelo CR7, entretanto rebaptizado pela movida madrilena,  por razões de marketing, pois claro, como CR9. Rooney não tem uma baby-face como Beckham, não tem o historial boémio de Ronaldo, últimos expoentes futebolísticos (€€€) de Old Trafford, mas tem a irreverência de Cantona, a humildade e a pacatez pública de Scholes, e um talento ao nível de George Best. Tudo isto para referir que ele será, muito provavelmente, o último produto feito do tubo de ensaio de Sir Alex Fergunson, e que lhe garantirá uma futura reforma descansada e o regozijo de um dos melhores professor de futebol de todos os tempos. O talento esse perdurará e já se fala estar a caminho da melhor equipa do mundo de sempre, o barça de Guardiola. Pois bem, nós adeptos do futebol encheremos o ego de ver jogar Ibrah, Xavi, Messi e Rooney, um recital de bola, de ficar com uma pokerface, aquela que Rooney ficou hoje, depois de marcar quatro golos ao Hull City.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Leeds United



Hoje, tarde de adeptos da festa da Taça de Inglaterra, liguei a Sport TV, de modo curioso, para fazer zapping e esmiuçar que maravilhas do futebol inglês estavam a ser transmitidas. Fiquei pelo Man Utd - Leeds Utd.
Que jogo empolgante... Oportunidades, jogo fluído, aberto e uma vontade fantástica de cumprir o "dever" de fazer valer o preço dos bilhetes e as temperaturas quase negativas de Manchester.
Maravilhoso o tónico do jogo entre estes arqui-rivais, um primo-divisiodário e uma equipa a renascer das cinzas. Grandes duelos de titans já conheceu a Premier League, mas um Leeds - Manchester, é melhor que o chá das Índias... Adeptos fantásticos, de uma equipa fantástica, com jogadores interessantíssimos, Beckford fez a vida negra a Evans e a Brown, apesar de ser uma dupla que não prima por um brilhantismo.
O futebol inglês tem destes momentos, de festa e de pura magia. Fergunson neste momento mastiga a sua chewing gum mais rápido que os batimentos do seu coração. O United perde por 1-0 em Old Trafford, com uma equipa da Division One, mas que proporcionou um verdadeiro hino ao futebol.
Faz falta um Leeds na Premier League. Daqui a duas épocas...