segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Filme "A Origem" (Inception) 2010

Já há imenso tempo que nenhum filme me prendia a uma cadeira de cinema como "A Origem".
Di Caprio mostra mais uma vez os dotes de um actor multifacetado e refinado, no papel de Cobb, um ladrão de sonhos, num enredado argumento digno merece ser visto e revisto, uma e outra vez...
Num cinema por aí, os sonhos, as projecções e o infinito da mente humana protagonizam um negócio perigoso: o de roubar o que não (ainda) existe. 

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

IVA: 23% de razões para não votar no Bloco Central


Estou indignado. Escrevo este post em alvoroço após o modo leviano e descontraído com que José Sócrates, Teixeira dos Santos e Pedro Silva Pereira anunciaram o assalto ao bolso dos portugueses (não a todos, mas já explico...)
Eu, que acredito piamente no socialismo como o melhor modo de organização social e económico, deixei de acreditar no partido que o proclama. Existem 23 razões, anexadas ao valor do IVA que os portugueses terão de copiosamente pagar, pelas quais o Partido Socialista deixou de o ser:

1 - Subidas sucessivas do IVA
2 - Falta de incentivos à contratação colectiva e sem termo (isto apesar de existirem programas de maquilhagem para a contratação sem termo)
3 - Política de obras públicas miserável e desproporcional em tempo de crise: TGV!
4 - Políticas de Educação que constituem um atentado ao Ensino Superior: propinas exacerbadas e falta de acção social
5 - Conjuntura de crise - medidas de direita = bancos saem imaculados da crise sem qualquer rombo nos milhões de euros que facturam todos os anos 
6 - SCUT's - transformadas em AE's taxadas até ao mais ínfimo cêntimo
7 - Falta de estratégias no apoio a empresas (Ex. Quimonda)
8 - Caso do BPN
9 - Caso do BPP
10 - Falta de combate à economia paralela
11 - Favorecimento de lobbies em obras e planos públicos (Computador Magalhães)
12 - Falta de ética, frontalidade e coerência ideológica nas medidas apresentadas
13 - Recalcamento de modelos económicos esgotados (Ex. Pacote de Austeridade à imagem da Irlanda, que está num ciclo vicioso de desintegração social e económico)
14 - Falta de investimento no sector primário
15 - Mau investimento no sector primário (perda de verbas e contribuições europeias)
16 - Falta de censura, no Parlamento Europeu, à atitude xenófoba do governo francês de Sarkozy
17 - IVA bloqueador das empresas portuguesas, o que torna perene o ciclo de desemprego
18 - Parcerias público-privadas mal geridas e dispendiosas (HPP's, Empresas Camarárias)
19 - Sentimento capitalista europeu e falta de sentido de Estado
20 - Cortes no Abono de Família dos escalões mais carenciados 
21 - Falta de políticas activas de emprego
22 - O "tango" com Passos Coelho
23 - A chantagem política e moral para a continuidade de uma política de direita que prejudica o país

O capitalismo ultra-liberal sai reforçado, num tango a dois, dois gémeos siameses que perpetuam a decadência de uma pátria prometida até nunca...

Votem contra a irresponsabilidade de demência política do Bloco Central. Basta!!!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Nobre Povo, mas sobretudo uma Nação Valente e Imortal


Portugal 7 - 0 Coreia do Norte

O futebol tem o condão de tornar quimeras em realidade bem próximas dos comuns mortais. Mais ainda quando uma pátria de futebol se chama Portugal.
Este festim de bola, este entusiasmo, transporta-nos para uma pátria sonha, o Quinto Império de Camões, quando a realidade dos tempos de hoje tarde ou nunca se endireita.

Parabéns Navegadores. Tragam alegrias d'além, do Bojador, a uma pátria tão sofrida.

domingo, 13 de junho de 2010

Second Language for Erasmus Students - Do Porto até Toronto





O conceito de viagem, segundo a poesia pessoana, traduz um sentimento de 'ser outro a cada dia'. A viagem ao Canadá seria um bom paradigma para reflectir o estado da investigação e o surgimento de oportunidades para jovens investigadores que levam o conhecimento, produzido na Universidade do Porto, para além das exíguas e limitativas fronteiras de Portugal.


A ideia original do projecto "Second Life for Erasmus Students (SLES)", que nos trilhou o caminho até Toronto*, foi criar uma simbiose entre os cada vez mais presentes mundos virtuais e a necessidade profícua que os alunos Erasmus, a estudar nas diversas faculdades da Universidade do Porto, têm em aprender português de uma forma interactiva, contextualizada, imersiva e que rompesse com alguns dos paradigmas contraproducentes da tradicional sala de aula. Posto isto, o culminar desta possibilidade de aprendizagem 'in-world', em Second Life, seria o ensino de português com os alunos ainda no seu país de origem. Esta foi a nossa proposta, em forma de artigo, enviada para a organização da Canada International Conference on Education (CICE 2010). O meio incubador deste projecto foi o Mestrado de Ciências da Comunicação, mais precisamente a cadeira de Novos Media, leccionada pelo Prof. Paulo Frias, devido ao enfoque no crescimento nas plataformas de mundos virtuais, particularmente o Second Life.


Com esta ambiciosa proposta, a Reitoria da Universidade do Porto assumiu um papel crucial ao proporcionar-nos a ida ao Canadá e, consequentemente, a representação da própria universidade e do país na CICE 2010, um evento onde a 'nata' dos investigadores e académicos de craveira internacional se juntam para debater as grandes problemáticas e novos paradigmas da educação.
A palavra-chave para conferências deste género é networking. A rede de contactos tangíveis neste tipo de eventos é elevada e essencial na formação de parcerias que trarão dividendos aos investigadores e às instituições que estes representam. Neste papel que nos auto-incumbimos, a priori, de visão estratégica de futuro, ficou garantida. O investimento na formação e, sobretudo, na divulgação das boas ideias que nascem em Portugal são o caminho indicado para a afirmação intelectual da Universidade e de colocar, ainda mais, esta academia no mapa internacional dos epicentros de conhecimento.
Uma palavra para Toronto, na limitação tão óbvia de uma cidade infinita. Toronto apresenta-se-nos como uma personificação do capitalismo de uma sociedade consumista e agitada, mas com as nuances de um temperamento tolerante e uma atitude pacífica de um melting pot cultural que ultrapassa os valores de tão superficiais desejos. Diversity is our strength, dizem (e bem) os canadianos.


* Ricardo Cruz, colega de Mestrado em Ciências da Comunicação, foi outro dos mentores do projecto SLES e o Prof. Paulo Frias o seu orientador.



Ricardo N. Fernandes
Licenciado em Sociologia e mestrando em Ciências da Comunicação


Artigo de opinião para o Jornal Universitário do Porto (JUP)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

Social Media nos Negócios


Num passado não muito longíquo, a ausência de representação de uma empresa através de um sitio na Internet significava a falta de uma dimensão importante no seu volume actual e prospectivo de expansão empresarial.


Hoje em dia, os media participativos são, porventura, meios com o potencial mais a explorar pelos 'homens de negócios'. Por uma razão muito simples, e quiçá demagógica: a proximidade das pessoas. O exemplo de proa nos incoming social media é, sem margem para dúvida, o Facebook. A rede social criada por Mark Zuckerberg, algures numa bela noite de verão passada em Harvard, tem já uma população de usuários que, ao ser comparada com uma nação mundial, se situaria no terceiro posto, atrás dos mega aglomerados nacionais que são a China e a Índia, com mais de 400 milhões de utilizadores.
Nesta linha de raciocínio, estes novos lugares de criação e partilha activa de conteúdos são lugares a explorar pelas entidades empresariais. Há 16 lições para retirar o máximo destes novos media sociais:

  1. Define your goals to keep you on track – this all has to have a purpose otherwise how will you know what you are doing, where you are going, what you are creating and how you are getting on.
  2. We can be everywhere – the internet opens up potential markets across the globe and, so, thinking globally will help you expand your reach. Don’t be limited by geography.
  3. The internet has a long memory and is an echo chamber – Be careful what you say and how you act as the internet has a long memory as everything gets archived
  4. It doesn’t have to be expensive – most of the social tools on the internet, at their basic level, are free.
  5. Don’t try and be everywhere – reflecting on lesson 2 can mean that we get over-stretched. So, pick what fits and works for you.
  6. Be helpful and contribute to others – be social, comment and help. If you write a blog…offer to write (guest post) for someone else
  7. SEO is important but great content is more important – this is a bit of an art/science that I have not mastered. It is important but don’t spend too much time crafting SEO-optimised content. Concentrate on generating good content first and foremost
  8. This use up a lot of time – limit yourself to a set amount of time/activity to make sure that it doesn’t take over your time.
  9. Get to know and learn from the players in your niche – this is all about leverage. If you can get to know them that’s great and they can be a great help. But, realise they are busy people too and always be respectful. Reading and commenting on their stuff is a great start.
  10. Spamming your readers = no traffic – be social and act social. You wouldn’t/don’t sell to your friends, do you?
  11. Not everyone is going to like you – there is so much truth in the variation of the old saying ‘You can please all the people some of the time, and some of the people all the time, but you cannot please all the people all the time’
  12. Do a little often – social media takes commitment and so doing a little often is a better way of getting results rather than showing up on an infrequent basis. Remember: if you only show up some of the time what does that say to your readers or followers
  13. Find the niche forums for your interest or business – forums are places where people with niche interests gather. Find one that applies to you and get involved answering and posting questions.
  14. It takes time, persistence, consistency and commitment to generate results - relationships, trust and credibility are not built overnight so be patient. However, don’t forget to measure your progress to see how you are doing. If not on track then do something about it.
  15. Anyone can do it, but NOT everyone ‘does’ it - It will make sense for many businesses to have a social media presence and many businesses are talking about it. However, there is a lot of talk and your competitive advantage may come from actually doing something rather than just talking about it. Only, if it makes sense for your business.
  16. Pick and keep refining your niche – Your niche will not always be what you think it is so keep think about your target market and refine your content accordingly. Alternatively, listen to your readers/customers and let them tell you what your niche is or is becoming.
Source: www.socialmediatoday.com

segunda-feira, 24 de maio de 2010

This is not America, it's Canada...



Toronto personifica o capitalismo de uma sociedade consumista e frívola, mas com as nuances de um temperamento tolerante e uma atitude pacífica de um melting pot cultural que ultrapassa os valores de tão superficiais desejos.
'Diversity is our strength', dizem (e bem) os canadianos...

sábado, 15 de maio de 2010

A visita de Bento XVI vai gerar receitas ao Estado


Curioso o título desta peça. Ultimamente, devastados por cenários dantescos de crise política, económica e social, os portugueses apenas ouvem que é necessário apertar o cinto. Por portugueses, entenda-se, falamos de contribuintes e trabalhadores que todos os dias fazem o 'típico' horário de expediente 9h-17h. Banqueiros, super-administradores públicos e privados, CEOs e outro tipo de colarinho branco, fazem parte de outro calibre lusitano.
Para aligeirar a nossa penosa situação financeira, a recepção ao Santo Padre, a entidade máxima da Igreja Católica, cifrou-se, segundo se consta nos meios de comunicação social, em cerca de 75 milhões de euros. WOW! Exclamam os mais distraídos da vida pública, política e religiosa nacional. Verdade das mais brancas, como as vestes sagradas de Josep Ratzinger. 
Todavia, este desvio aberrante de valores, das autarquias e entidades públicas portuguesas, vai ter uma esmerado retorno. Chama-se tributação adicional do Estado, ou Pacote de Austeridade, que aumentou o peso fiscal sobre os bolsos dos portugueses. Esta medida do bloco central, gerada pelo PS e aprovada com a conivência do PSD, cozinhada em banho-maria, foi aplicada, astutamente, numa altura de 'desatenção civil' em que os holofotes dos media e dos portugueses estavam na visita do Papa ao país. Genial, o timing cínico da aplicação de tão austero kit de salvação dos que criam a crise. Porreiro, pah! Dizem Sócrates e o seu homónimo social-democrata, Passos Coelho.
Estou cada vez mais desolado com a falta de ética dos políticos, as suas encenações em nome do PIB, uma medida que esvazia em si, o bolso de milhões de portugueses. 

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Jornalismo New Media


Os novos paradigmas da comunicação estão a causar profundas reestruturações na forma como o jornalismo e as notícias são feitas.
A ênfase nos conteúdos on-line abalou o conceito puro e romântico de jornalista. O "jornalista século XXI" tem que mostrar uma profunda capacidade de bricolage comunicacional.
Hoje, numa interessante sessão do Mestrado de Ciências da Comunicação, passou-se em revista alguns destes temas e abordou-se a questão do jornalista de 3ª e 4ª Geração.
Alexandre Gamela, guru de new media e actualmente Mestrando da área, em Birmingham, no Reino Unido, postulou um conjunto de mudanças e predicados operadas no quotidiano e no ofício dos jornalistas:

- Um jornalista tem que saber trabalhar para mais do que um meio. Tem que ser polivalente e conhecer diferentes linguagens;
- Um jornalista é o seu próprio editor;
- Um jornalista é uma marca;
- Um jornalista tem que estar em rede;
- Um jornalista é um produtor;
- Um jornalista é uma arqueólogo de informação;
- Um jornalista é um moderador;
- Um jornalista é um autenticador;
- Um jornalista é mais polícia de trânsito do que investigador privado (a.k.a Correio da Manhã e 24Horas)
- Um jornalista é um DJ: remistura e torna coerente o fluxo informativo;

Todavia, há factos que nunca mudam, e em que o jornalista se impõe como um pilar institucional da democracia:

- O jornalista é um profissional especializado na recolha, tratamento, criação e gestão de informação;
- O jornalista trabalha para a sociedade;
- O jornalista é curioso por natureza, e procura saber mais do que mostram;
- O jornalista é o primeiro garante da liberdade de expressão e informação;
- O jornalista é um alvo . . . . ;

São modus operandi que irei guardar, como aprendiz de jornalista.



Fonte: www.alexgamela.com

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Álvaro de Campos, sabes tanto de mim quanto eu

Tabacaria


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Continua...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Into the Wild


I read somewhere... how important it is in life not necessarily to be strong... but feel strong.
by Christopher McCandless

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Second Language for Erasmus Students (SLES) com repercussões mediáticas

Ric Freidman a.k.a Ricardo Fernandes

Primeiramente abordado pelo JornalismoPortoNet, o projecto SLES foi hoje alvo de novo enfoque noticioso por parte do jornal o Público.

Este projecto nasceu na cadeira de Novos Media, do Mestrado de Ciências da Comunicação da UP, e teve a orientação do Prof. Paulo Frias.

Espaço de Aprendizagem no SLES

Este enfoque mediático representa a visibilidade de um projecto que poderá, com todas as evoluções da didáctica académica, revolucionar o ensino de português para os alunos Erasmus.

Visitem este projecto em: http://slurl.com/secondlife/Universidade%20do%20Porto/97/16/22

Vemo-nos em Second Life.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Carlos Carvalhal: confirmaram-se os recibos verdes


Mais confusão para os lados de Alvalade. Carvalhal recebeu a guia de marcha, depois de nem sequer ter tido direito a uma apresentação solene aos sócios, aquando da sua chegada para substituir Paulo Bento. A CMVM confirmou o bilhete de classe económica e pouco confortável que fica vago no fim da época.
Discreto, pouco polémico, amistoso, apaziguador, pouco lesto e sem o brilho para o lugar, Carvalhal deixou um lugar que nunca lhe pertenceu. Um lugar amaldiçoado este, o banco que Paulo Bento deixou vago, vide os casos "quentes" de Veloso, Izmailov, Liedson e Sá Pinto.
A instabilidade para os lados de Alvalade é mais certa que qualquer actividades sísmica nos Andes. É um facto. Para além de uma profunda e grave crise desportiva, o Sporting, dito pelos Dias da Cunha do clube Stromp, perde identidade e estatuto. É melindroso pensar nas decisões tomadas no mandato de Bettencourt. Sá Pinto usou o força física, Costinha, mais acutilante, foi pela via simbólica das palavras, e o Sporting mergulhou no Caldeirão da Madeira, em mais uma escorregadela que revê um precipício sem fim.

domingo, 21 de março de 2010

Bater no fundo...


Nuno foi o bode espiatório do começo de uma terrível exibição do Porto, no Algarve: SL Benfica 3 - 0 FC Porto.
A copiosa derrota é totalmente justa num cenário de desalento, falta de alma, mas sobretudo falta de atitude de uma equipa e de um treinador à deriva.
O displante da noite veio directamente do discurso erudito e satisfeito de Jesualdo Ferreira: "Nenhuma equipa foi superior a outra!". Elementar meu caro Watson... A mea culpa de uma equipa frágil, banal e sem estratégia era o minimo que Jesualdo devia explicitar quando se dirigiu aos adeptos, mas não a culpabilização decorre sempre de factores exógneos à equipa. Argumentos de tuta e meia já não convencem adeptos com o terrível hábito de ganhar. Fim de um ciclo (excessivamente) eterno, que tem desmoralizado e descredibilizado jogadores de calibre (onde está o Ruben Micael do CDN?). Pinto da Costa já terá uma palavra a dizer, para breve, aguardamos nós, verdadeiros portistas.





P.S. Parabéns ao Jorge Jesus, pela atitude de um treinador sem papas na língua, mas com um imenso arsenal táctico que engoliu o pouco didáctico Prof. Jesualdo Ferreira.

sábado, 13 de março de 2010

VWBPE: Ecos críticos do SLES

Do blog de MLani Montgomery (second life name):
http://bletaverse.com/MLani%20Montgomery



I had to study the writings and research of Paulo Frias in college. This 
was so fun to see."

Second Language for Erasmus Students, presented by RL professors (left to 
right) Ricardo Fernandes, Ricardo Cruz, and Paulo Frias. "*





*Por lapso, o 2º elemento, da esquerda para a direita, é Fernando Cassola, o nosso moderador de serviço, académico da UA. O Ricardo Cruz ficou fora do screenshot :)

VWBPE: Second Language for Erasmus Students

Estreia em conferências académicas e virtuais, com o projecto SLES. Alta expectativas foram acompanhadas por um alto desempenho e óptimo feedback da crítica presente na conferência "Best Practices in Education".
Novo alento e novas pernas para andar, num projecto que promete revolucionar o ensino à distância (EaD) na UP. O próximo passo será dado em breve...

Links com dados sobre o Projecto


Vemo-nos no Second Life.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Revivalismos, muito actuais

"Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação."


Obviamente José Régio foi um dos poetas portugueses mais geniais e virtuosos.
Qual "velho do Restelo", uma visão de 1969, mas que é perfeitamente adaptável ao cenário político português.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

"O Fim da Linha" Mário Crespo

 

Porque cada vez que um jornal fecha, ou mais recentemente, quando um jornalista é "silenciado", perde-se um pouco da democracia...

Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.

Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicado hoje (1/2/2010) na imprensa.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O post mais inútil da história do Telegraph

Sinto-me desencorajado, de antemão, antes mesmo de começar a escrever sobre o tópico que se segue. Porque sinto que, quem me ler, ou já concorda comigo, ou tem uma visão e um entendimento do mundo de tal forma diferentes dos meus que o diálogo se torna impossível. Em qualquer dos casos, o post é, como refiro no título, totalmente inútil.
O caso é que foi lançado no mercado, há já imenso tempo, embora eu só recentemente tenha ouvido uma descrição do artigo e do seu modo de funcionamento, um jogo chamado "Guitar-Hero". Provavelmente, o leitor já conhecerá o jogo, mas, para quem for, como eu, marcado por um signo de anacronismos trágicos, farei uma descrição breve do jogo, ou, aliás, da série de jogos. Há um controlador em forma de guitarra, com alguns botões coloridos, e uma série de cores que o jogador vê desfilarem em frente aos olhos enquanto uma música progride. O objectivo é pressionar os botões de forma a coincidirem com as cores apresentadas, simulando assim a execução da música. Se houver alguma destreza no manejamento dos botões, acumulam-se pontos e uma platéia virtual mantém-se entusiasmada. Parece-me escusada qualquer explicação das razões pelas quais isto me parece tão estúpido. Qualquer pessoa que não entenda porque motivo este jogo é uma imbecilidade, e tenha realmente necessidade que lhes sejam apresentados argumentos detalhados, poderá enviar um comentário, e eu terei todo o gosto em dar-lhe pessoalmente com um tijolo na cabeça. No entanto, por outro lado, as evidências do mundo põem-se contra as evidências da minha lógica, porque o jogo tem, efectivamente, um sucesso enorme. Então, se calhar, é melhor não pecar por arrogância, e admitir que talvez seja eu que estou louco.
Mas a ùnica coisa, que me lembre, que encontro semelhante, são aqueles jogos de computador para crianças, em que o objectivo é pintar a àrvore de verde, sendo para isso necessário seleccionar, com o ponteiro do rato, a cor verde. Julgo haver uma diferença subtil, que é existir nestes jogos para crianças uma correspondência entre as cores que seleccionam e as cores que vão ver pintadas, assim como entre estas e a côr das àrvores verdadeiras. Ou seja, há uma certa aprendizagem elementar sobre as cores, sobre a maneira como estas podem ser usadas para criar uma imagem, e sobre a relação entre as cores e o mundo real, enquanto no "Guitar-Hero" os botões não correspondem a notas, ou acordes, ou nada que se pareça, sendo usados aleatoriamente segundo convenções sem sentido. Uma outra diferença, também subtil, é este outro tipo de jogos que referi ser feito para um público alvo que gosta do Noddy. Não escreverei sobre nenhuma questão associada mais profunda ou filosófica, sobre a natureza da música e das artes, ou sobre o quão patético é haver uma necessidade geral tão grande de fazer de conta que se faz parte do mundo das estrelas do rock, porque poderia tornar-me excessivamente dramático. Como principiei por dizer, este post é, com certeza, completamente inútil. Quem gosta do jogo, sem dúvida que não deixará de jogar por minha causa. É só um daqueles gritos que eu precisava de gritar para algum lado. Se pudesse ter à minha frente o criador do jogo, atado e amordaçado, berrava-lhe aos ouvidos até lhe rebentarem os tímpanos e estourava-lhe os testiculos com uma bomba de carnaval. Como não posso, são vocês que me aturam.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Rooney e os últimos anos de Ferguson


Amado por muitos e odiado por muitos mais ainda, Alex Fergunson foi premiado com o galardão de melhor treinador das últimas duas décadas, pela IFFHS. Jogadores como Mark Hughes, "Le Roi" Cantona, Scholes, Giggs, Keane, Beckham, Gary Neville, Peter Schmeichel e, mais recentemente, a dupla Ronaldo e Rooney, têm trilhado o sucesso de um treinador que se impôs no futebol inglês e mundial, desde a década de oitenta.
Verdade seja dita, um jogador não faz um clube, mas há jogadores especiais que carregam o clube às costas. O segredo do escocês têm sido saber escolher, sucessivamente, com minúcia as artérias coronárias das suas equipas. Rooney representa o produto acabado da minha "tese". Após a saída de Cristiano Ronaldo, muitos pensaram que o United choraria baba e ranho pelo CR7, entretanto rebaptizado pela movida madrilena,  por razões de marketing, pois claro, como CR9. Rooney não tem uma baby-face como Beckham, não tem o historial boémio de Ronaldo, últimos expoentes futebolísticos (€€€) de Old Trafford, mas tem a irreverência de Cantona, a humildade e a pacatez pública de Scholes, e um talento ao nível de George Best. Tudo isto para referir que ele será, muito provavelmente, o último produto feito do tubo de ensaio de Sir Alex Fergunson, e que lhe garantirá uma futura reforma descansada e o regozijo de um dos melhores professor de futebol de todos os tempos. O talento esse perdurará e já se fala estar a caminho da melhor equipa do mundo de sempre, o barça de Guardiola. Pois bem, nós adeptos do futebol encheremos o ego de ver jogar Ibrah, Xavi, Messi e Rooney, um recital de bola, de ficar com uma pokerface, aquela que Rooney ficou hoje, depois de marcar quatro golos ao Hull City.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Leeds United



Hoje, tarde de adeptos da festa da Taça de Inglaterra, liguei a Sport TV, de modo curioso, para fazer zapping e esmiuçar que maravilhas do futebol inglês estavam a ser transmitidas. Fiquei pelo Man Utd - Leeds Utd.
Que jogo empolgante... Oportunidades, jogo fluído, aberto e uma vontade fantástica de cumprir o "dever" de fazer valer o preço dos bilhetes e as temperaturas quase negativas de Manchester.
Maravilhoso o tónico do jogo entre estes arqui-rivais, um primo-divisiodário e uma equipa a renascer das cinzas. Grandes duelos de titans já conheceu a Premier League, mas um Leeds - Manchester, é melhor que o chá das Índias... Adeptos fantásticos, de uma equipa fantástica, com jogadores interessantíssimos, Beckford fez a vida negra a Evans e a Brown, apesar de ser uma dupla que não prima por um brilhantismo.
O futebol inglês tem destes momentos, de festa e de pura magia. Fergunson neste momento mastiga a sua chewing gum mais rápido que os batimentos do seu coração. O United perde por 1-0 em Old Trafford, com uma equipa da Division One, mas que proporcionou um verdadeiro hino ao futebol.
Faz falta um Leeds na Premier League. Daqui a duas épocas...