domingo, 13 de junho de 2010

Second Language for Erasmus Students - Do Porto até Toronto





O conceito de viagem, segundo a poesia pessoana, traduz um sentimento de 'ser outro a cada dia'. A viagem ao Canadá seria um bom paradigma para reflectir o estado da investigação e o surgimento de oportunidades para jovens investigadores que levam o conhecimento, produzido na Universidade do Porto, para além das exíguas e limitativas fronteiras de Portugal.


A ideia original do projecto "Second Life for Erasmus Students (SLES)", que nos trilhou o caminho até Toronto*, foi criar uma simbiose entre os cada vez mais presentes mundos virtuais e a necessidade profícua que os alunos Erasmus, a estudar nas diversas faculdades da Universidade do Porto, têm em aprender português de uma forma interactiva, contextualizada, imersiva e que rompesse com alguns dos paradigmas contraproducentes da tradicional sala de aula. Posto isto, o culminar desta possibilidade de aprendizagem 'in-world', em Second Life, seria o ensino de português com os alunos ainda no seu país de origem. Esta foi a nossa proposta, em forma de artigo, enviada para a organização da Canada International Conference on Education (CICE 2010). O meio incubador deste projecto foi o Mestrado de Ciências da Comunicação, mais precisamente a cadeira de Novos Media, leccionada pelo Prof. Paulo Frias, devido ao enfoque no crescimento nas plataformas de mundos virtuais, particularmente o Second Life.


Com esta ambiciosa proposta, a Reitoria da Universidade do Porto assumiu um papel crucial ao proporcionar-nos a ida ao Canadá e, consequentemente, a representação da própria universidade e do país na CICE 2010, um evento onde a 'nata' dos investigadores e académicos de craveira internacional se juntam para debater as grandes problemáticas e novos paradigmas da educação.
A palavra-chave para conferências deste género é networking. A rede de contactos tangíveis neste tipo de eventos é elevada e essencial na formação de parcerias que trarão dividendos aos investigadores e às instituições que estes representam. Neste papel que nos auto-incumbimos, a priori, de visão estratégica de futuro, ficou garantida. O investimento na formação e, sobretudo, na divulgação das boas ideias que nascem em Portugal são o caminho indicado para a afirmação intelectual da Universidade e de colocar, ainda mais, esta academia no mapa internacional dos epicentros de conhecimento.
Uma palavra para Toronto, na limitação tão óbvia de uma cidade infinita. Toronto apresenta-se-nos como uma personificação do capitalismo de uma sociedade consumista e agitada, mas com as nuances de um temperamento tolerante e uma atitude pacífica de um melting pot cultural que ultrapassa os valores de tão superficiais desejos. Diversity is our strength, dizem (e bem) os canadianos.


* Ricardo Cruz, colega de Mestrado em Ciências da Comunicação, foi outro dos mentores do projecto SLES e o Prof. Paulo Frias o seu orientador.



Ricardo N. Fernandes
Licenciado em Sociologia e mestrando em Ciências da Comunicação


Artigo de opinião para o Jornal Universitário do Porto (JUP)

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