sábado, 15 de maio de 2010

A visita de Bento XVI vai gerar receitas ao Estado


Curioso o título desta peça. Ultimamente, devastados por cenários dantescos de crise política, económica e social, os portugueses apenas ouvem que é necessário apertar o cinto. Por portugueses, entenda-se, falamos de contribuintes e trabalhadores que todos os dias fazem o 'típico' horário de expediente 9h-17h. Banqueiros, super-administradores públicos e privados, CEOs e outro tipo de colarinho branco, fazem parte de outro calibre lusitano.
Para aligeirar a nossa penosa situação financeira, a recepção ao Santo Padre, a entidade máxima da Igreja Católica, cifrou-se, segundo se consta nos meios de comunicação social, em cerca de 75 milhões de euros. WOW! Exclamam os mais distraídos da vida pública, política e religiosa nacional. Verdade das mais brancas, como as vestes sagradas de Josep Ratzinger. 
Todavia, este desvio aberrante de valores, das autarquias e entidades públicas portuguesas, vai ter uma esmerado retorno. Chama-se tributação adicional do Estado, ou Pacote de Austeridade, que aumentou o peso fiscal sobre os bolsos dos portugueses. Esta medida do bloco central, gerada pelo PS e aprovada com a conivência do PSD, cozinhada em banho-maria, foi aplicada, astutamente, numa altura de 'desatenção civil' em que os holofotes dos media e dos portugueses estavam na visita do Papa ao país. Genial, o timing cínico da aplicação de tão austero kit de salvação dos que criam a crise. Porreiro, pah! Dizem Sócrates e o seu homónimo social-democrata, Passos Coelho.
Estou cada vez mais desolado com a falta de ética dos políticos, as suas encenações em nome do PIB, uma medida que esvazia em si, o bolso de milhões de portugueses. 

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