sábado, 26 de setembro de 2009

"Não há coincidências..."


Vou alterar a lógica natural deste post, numa análise breve aos acontecimentos do Porto-Sporting, começando pelo fim.
Paulo Bento disse, e bem, "não há coincidências...", isto porque no futebol português "chover no molhado" é prática corrente, no que toca a arbitragens, e Vítor Pereira voltou a evidenciar uma coerência duvidosa com a nomeação de Duarte Gomes para apitar o primeiro clássico da Liga Sagres.
Ora, como é de domínio público, Duarte Gomes viu-se envolvido, à bem pouco tempo, num processo disciplinar devido a um incidente que envolvera o árbitro de Lisboa e o treinador de guarda redes do Sporting, Ricardo Peres. Numa situação como esta, este seria o joker a evitar num naipe riquíssimo de juízes portugueses. Mas não, e nesse sentido a proeza de Vítor Pereira tem de ser comentada.
O jogo do Dragão pendeu para a equipa da casa, num belo golpe de cabeça da nova coqueluche do Porto, Radamel Falcão. Mas cedo se percebera que a figura do jogo não vestia nem de verde, nem de azul, mas sim de amarelo... Duarte Gomes cedo exibiu um critério largo, com decisões no mínimo duvidosas. A este propósito revelo uma conversação paralela, com um amigo próximo, no intervalo do jogo: "Meireles nestes 45min já devia ter sido expulso". Sou da barricada azul, conquanto isso não me retira sensatez e imparcialidade na análise dos lances da equipa contrária. A falta de Polga (que lhe valeu o primeiro amarelo) e a de Bruno Alves sobre o capitão leonino, mostram o quão exagerado e absurdo foi o critério de Duarte Gomes. O mesmo se poderá aplicar à falta de Veloso, onde lhe foi amolestado o primeiro amarelo que contribui para a acumulação do segundo, e a consequente expulsão.
No fundo, há uma reflexão geral a ser feita no mundo da arbitragem portuguesa, episódios destes em nada dignificam a imagem do futebol português, agastado com Apito´s Dourados, Caso´s Mateus, Frutas e afins. Vítor Pereira pontifica-se como o responsavél máximo dos juízes portugueses, o melhor arbitro de sempre português, na minha opinião, não está a revelar "estofo" nas suas novas tarefas de nomeação de árbitros. Pede-se coragem, transparência e frontalidade, ao invés de "cobardia" como referiu Paulo Bento no rescaldo do jogo no Dragão.
Pese embora os incidentes relatados, a justiça final no marcador em nada ficou beliscada. A vitória do Porto foi inteiramente justa pelo futebol jogado dentro das quatros linhas.

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