domingo, 4 de outubro de 2009

Rangel defende continuidade de Ferreira Leite. Eu também, mas...


O euro-deputado do PSD, Paulo Rangel, defende hoje, segundo o DN, que Manuela Ferreira Leite deve continuar a dirigir os destinos do partido, qualquer que seja o resultado dos sociais democratas nas autárquicas do próximo dia 11 de Outubro.
Há duas interpretações a ser feitas desta opinião do vencedor das últimas Eleições Europeias pelo PSD. Por um lado, como homem de esquerda confesso, creio que é uma óptima notícia porque, e assumo a frontalidade, Manuela Ferreira Leite fez com que o PSD recuasse muitos e preocupantes anos na sua evolução ideológico-politica natural. Isto é, abriu uma outra página do Cavaquismo que muitos jovens membros do PSD pensaram já ter cessado, falamos de uma parte da JSD em constante colisão com princípios base do PSD versão Ferreira Leite, ou até de um membro que tenho em boa conta, chamado Pedro Passos Coelho. Outro cabal exemplo vai para as diversas abordagens dentro do próprio partido em relação ao Caso das Escutas, em que Cavaco Silva se fez gabar de um desnecessário protagonismo. Como socialista, isto anima-me, e digo isto independentemente de saber que o PSD será, mais do que provavelmente, a força dominante das autárquicas, e todas as consequências e desagrados que isso causará nas contas públicas de muitos municípios. Que o digam os lisboetas, na altura de Carmona, os gaienses ou mesmo os portuenses que não se deslumbram com eventos como a Red Bull Air Race ou o reavivado Circuito da Boavista.
Como cidadão democrático, plural e lutador por uma democracia melhor, aberta a diversos paradigmas ideológicos, preocupa-me a continuidade de Ferreira Leite, porque há um vazio de ideias, um conservadorismo inexplicável, de uma líder que pontifica a função da família, apenas, como locus de procriação...
Na ponderação das duas análises, apenas me ocorre uma ideia: o PSD, precisa, diria mesmo, anseia uma renovação.

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